Corro as tuas fotografias
E lá só me vejo
Perdido.
Tu desaparecida
E sem motivo
Para te mostrares.
Esbate-se a tua imagem
Da memória daqueles
Que tanto te quiseram.
Nunca os quiseste.
Não podias!
E na minha cegueira
Dançaste.
Aparecias
Quando te esquecia.
Aparecias
Quando te ausentavas
Do esquecimento
Dos outros.
Aparecias quando
Recuperava a visão.
Apoderaste-te do meu tórax.
Das mandíbulas
Que se cerravam
Da tua presença.
De um esqueleto inteiro
Impedido de dançar
Enquanto de luxúria
Te bamboleavas.
(Porque poderia um cego
Te querer
Se recuperava visão
À tua ausência?)
Há fotografias em minha
Posse
Ardendo as palmas
Das mãos
E eu sem impressão
Digital
De quem sou.
De quem foste.
VAz Dias
#palavradejorge
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