sábado, 3 de fevereiro de 2018

E se for só isto?

E se for só isto?

A imutabilidade
Da metamorfose.
As mudanças ínfimas
Que pruduzem pouco.
Porque tudo acaba
No mesmo.
Uma passagem
De nada para nada
Pelo meio, pouco.
Cheio de palpitações
E agruras.
Buscas de nós para só sermos
Isto.
Passagens.
Multiplicação.
Desistência.
Persistência em lutas
Para ganhar um mundo
E acabar tudo.
Quem morre vezes
Sem conta na vida
Apercebe-se disso.
Sobrevive e leva com
Isso do ânimo até à proxima
Perda.
Augúrio do que se vai
Perder por aí.
Amar é uma invenção
Pós-perda.
Amar é prenúncio
De dor.
E se for só isto
Que somos
Só isto tudo que temos
Para perder?
Devemos morrer mais
Vezes do que amar?
Validar com perda
O amor?
Ser mais próximos
Pela inevitabilidade
Da distância
Que um dia destes
Se aproxima
Poema que não rima
E amor
Que não termina...
Enquanto não definha
A vida que chega.
E não chega?

E se for só isto?


VAz Dias
#palavradejorge

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