segunda-feira, 4 de maio de 2015

A multiplicidade do coração

Talvez tenha o coração
mais juvenil.
Mais desprovido de empatia
por um só universo.
Este mal que me apoquenta
de a cada
que me toca me sentir
exultante.
A juventude recorrente
de a um novo namoro
que me contente.
Espera-se o ocaso de repente
ou entretanto.

Não sei se é assim tão diferente
dos demais.
Eu cá me habituei a finais
e a fins nos instantes iniciais.

-A audácia tem destas coisas-.

Ainda me lembro de querer
ser universo eterno
em eternidade doutro universo.
Mas confesso
que nunca senti o mesmo
em meu destino.
Se calhar inventei
um novo romantismo.
Talvez era o mesmo
do bacoco sentimentalismo.
Morre-se por amor.
Sofre-se com todo ardor.
É de poeta
e de aflito.
De tão radiante e auspicioso
novo romântico convicto.

Não se morre de amor.
Morre-se sozinho.
Seja a vida preenchida por um universo
Ou vários.
Venham as aventuras
e novos começos.
Não se morra só porque se deva sozinho
Viva-se preenchido
de novos e desconhecidos
caminhos.
Antes isso do que vivermos
no nosso prório universo,
eternamente sozinhos.

Vaz Dias

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