quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Caos!

O mundo está louco
E eu sou um dos seus
Piores.
Nada contribuo
Para o melhorar
E sinto-o
A desmoronar-se.
O mundo está ôco
Por dentro
E cheio de vento
Por fora.
Soprámos tanto
Com todos os nossos
Abusos
Enquanto isso
Somamos eufemismos
E sobrepomos
Filtros à exaustão
Até já não sabermos
De que cor somos.
Eu, na posse
De todas as minhas
Faculdades de louco
Puxo mais um
Pouco das pessoas.
Sou um louco
E as pessoas sentidas,
Perdidas,
Esperando melhor.
Vamos multiplicar-nos
Para depois nos dividirmos
E deixarmos as coisas
Ao infinito.
Nunca mais acaba
Esta falta de fé.
Esta crença em nós
Mas só na imagem,
No sorriso falso
Que fazemos
Enquanto encolhemos
A barriga
Ou tomamos as drogas
Para emagrecer.
Ou para pensar.
Ou para não sentirmos
Mais dor.
Estamos a acabar
Com o nosso mundo
E o planeta a
Divorciar-se de nós.
Que amor
Tenho pelos meus
Se os vou perder?
Vamos desaparecer
E não nos vamos
Encontrar além.
Além disso,
Quantos de nós
Ficaremos belos na hora
Da morte?
Do fim dos fins
Sem eternidade à vista?
Que triste vista!
Não há pista
Nem peste,
Há desmoralização
E desamor.
Há dor em filtro
De sorriso
De cônjuge traído.
Há cada vez menos
De nós
E mais de fim.
Não há paixão.
Há fins
Que se precipitam.
Há músicas lindas
Para o nosso funeral
Mas ninguém estará
Cá para orar
Ou ouvi-las.
Fim!

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