domingo, 19 de agosto de 2018

Oração pagã

Sabe-se lá
O que nas leis
Do desejo
Deve o Ser ser.
Parecer-se ser
Um crente
Ou ser demente
De amor.
Onde vieram os
Homens inventar
Eternidades?
Crenças e desavenças
Pertenças estranhas
E patranhas
De para Sempre
E do conveniente.
Fazemos coisas
Juntos.
Somos felizes com tão
Pouco
E fica um louco
Feliz de quedar-se
Com o pouco
Que quer ter.
Todas essas paixões
De terras longínquas
De dias
Que não se farão iguais.
Ser como os demais
E aceitar tudo
Como certo.
Não me presto
A tais formalismos
Nem preciso
Dos preciosismos
Do politicamente
De bem.
Poeta é solidão
De cuspir na mão
E plasmar na outra
Uma oração dos
Homens e as mulheres
No pecado.
Sermos só convidados
E gastarmos
Do que tivermos
À mão
E na boca os beijos
Para bom trato.
Gastar os corpos
E aprender a libertar
A razão
E esses pressupostos
De união.
Morremos sozinhos
Com uma mão à frente
E outra atrás
Mas antes demos
Uso à tesão.
Muita...
Toda...
Até que morramos
Como possamos.
Mas de corpo usado
E paz no usufruto
Da nossa missão.
Somos corpo
Para gastar.
Somos o corpo
Do outro
Para nos perdermos
Sem remissão.

VAz Dias
#palavradejorge

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