Acordo porque quero
e desejo agarrar o dia
pelos cornos
como se ele fosse
um bovino enfurecido
comigo. A culpa de sentir tremores.
A desculpa de não ter culpa.
E depois lá vêm os Sanchos-
-Pança
quais escudeiros do indefensável
a levantarem pó
com pás de moinho
- queria dizer "paz"
como os erros que lhes apanhamos
na dialética de bom escrivão
de sala no hemiciclo da rede
"socialight"-.
fico nervoso, furioso,
aterrado com as musculadas
ofensas e injúrias da prepotência
e arrogância ignorante.
fico diminuído não pela puta
da retórica
mais pelo bullying-Pança
de escudeiros do indefensável.
E o desamor.
Tremores de perda por vir
e empatia pelas perdas
idas.
Como se morrêssemos de amor.
Sinto-me a morrer de amor
ainda antes de morrer de surto
de estupidez
e depois de gripes ou cancro
ou das doenças
que o universo desfez
nesta terra que se desgraça.
que desgraçámos
e onde se vê o poder da troca
num papel.
tudo a morrer de desamor
uns à troca
e outros por nem sequer
a poderem depositar.
confinei-me à religião das palavras.
que não fique uma por dizer
antes de morrer por amor.
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