terça-feira, 24 de março de 2020

enquanto escrevo 
diários/
relatos 
dos meus
encontros e perdas
neste cenário,
a guerra lá fora pára
por breves minutos
diários.
ao contrário
entras despojando-me
do livre-arbítrio
de escolher
entre mim e
a minha existência.
e a beleza
superficialmente
abre caminho
entre os meus poros
e por caminhos
devassos
e outros mínimos
até ao meu circuito
sanguíneo.
pulsando chegas
rápida e atroz aos meus
sentidos.
és um copo de vinho
que não bebo
e lhe lembro o sabor
frutado.
sozinho aqui
sou imenso com
tudo aí.
entras de mansinho
mas os estragos
não são cenário
de guerra,
só o cenário
da miúda que por
vezes em si
me "interpela".
minha pele na pele
dela,
poros abertos
e a sensação que
sela.

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