Eu sou metades
que de somadas
acrescentam em mim
metade de outros nadas.
Nunca te seria fiel,
por não ter a certeza
de a mim o ser em pleno.
Meramente me empenho
em aceitar cada vez mais
a metade que não entendo.
Que não tenho.
Não a encontro em ti.
Nem em ti.
Nem naquela
ou sequer na outra.
Doce em fel
da tua metade
só querer o doce.
Que seja mel
que uma de vós me trouxe.
E se te fosses
cá ficava eu fielmente
amestrado à metade de mim
que nada sente
e à outra demasiado pensante.
Sintamos o que se pensa.
Sim talvez seja essa a metade,
a que pensa que sente.
Ainda a melhor metade
e a mais convincente
de quem de outra metade,
nada sente!
Vaz Dias
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