sábado, 17 de junho de 2017

Céu do Inferno

Caem cinzas do céu.
Caem os bocados
Da nossa pintura natural.
Deus é queimado
No seu desenho.
As gentes são cinzas
Que caem do céu.
Pensávamos que o céu
Era bom.
E dele caem os bons.
Este é o céu
E a boca do inferno
Dos homens de pouca fé.
De pouco engenho.
De pouco tamanho.
Caem pessoas do céu
E eu não me detenho
De lhes chorar a vida.
Choro cinza
Choro estranho.
Choro as minhas gentes
Que desapareceram
Do desenho.
Deus tem um céu muito
Estranho
E a terra um inferno
Queimando
Ceifando
Vidas
Dos irmãos ao alheio.
É triste!
É feio!
É inferno do céu
Em cinzas caindo
Lá no meio.

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