terça-feira, 8 de maio de 2018

Duas Terras


Abre-se um caminho na terra.
Uma fenda
Que desloca dois mundos.
Dois mudos
Pela inexistência
A surdez do outro.
Uns diriam que se
Separa
Outros, porém,
O único trajecto
De se perderem.
E olhos
E os beiços caídos.
As cotovias
Que cantam primavera
E os dias vencidos.
Deste lado a terra canta
E do outro
Nem o olhar se
Perde.
Que tal escuridão
Parece ser luz
Da luz que deste lado
Se apaga
Por não haver sede.
Nesta terra há fome
E as ninfas
Embriagam-se
Sem saber que a terra
Se despedaçou.
Há um erro
Um desterro
E um fim de tudo.
Uma vontade
Que rege
O instinto
Mais herege.
Quem perde?
A terra debaixo
Dos pés.
E a vontade de mudar
O mundo.
Abriu-se uma brecha.
Hoje e sempre
Pela mesma perda.
Pela mesma
Terra.
Perdeu-se tudo.

VAz Dias
#palavradejorge

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