Os poetas estão condenados.
Atiram pedras aos espelhos
que se espelhando
entre si
fragmentam ainda em mais
multiplicando
o narcisismo.
Procuravam as pessoas
olharem-se para dentro
e estalando o vidro
as multiplicaram
em milhares de pequenas
amostras de si.
Não viram nada
senão pisar o vidro
que restava da sua vaidade.
E o poeta no canto
cravado de vidros
sabia que estava condenado
a sofrer da beleza
que lá dentro já ninguém via.
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