quarta-feira, 1 de julho de 2015

Aperto de mim

Falta-me ar
nesta imensidão
azul de oxigénio.
No peito acabou-se-me
o espaço para tanto
respirar.
Corro o mundo
e canso-me no segundo
imediatamente seguinte.
É gritante o tanto
de tão pouco que agora
inspiro e depois desisto.
Desaprendi a ter ar
que na caixa se confortasse.
Que me visitasse sempre
com a mesma vontade.
Talvez seja dele
e não de mim.
Darei tempo para que voe
e volte.
Talvez o queira eu mais
para este peito,
cada vez menor
(a cada aperto),
e convidá-lo a permanecer
mais vezes
e a ficar por perto.
Talvez quando
(por conforto)
encontrar meu coração,
de novo,
aberto.


VAz Dias

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