quarta-feira, 15 de julho de 2015

Mudo!

Tudo se acinzentou. 
Tudo tem um valor relativo. 
As relações. Os afectos. A magia das coisas.
Uma paz que é aparente. Uma guerra que é latente. Mas tudo cinzento.
Nada é verdadeiramente belo. Nem tão pouco asqueroso.
É tudo tão meio termo que me confunde. Menos o preto. O branco. E o cinzento. 
Uma paleta muito básica para desfrutar.
Não me importa sequer procurar. É tal a neutralidade às coisas que as deixo passar. 
Não me morrem mas também não me excitam. É uma relação morta com dois membros vivos. Sobrevivendo aos tempos. Definhando. Sem argumento nem convicção.
O propósito das coisas é tão relativo.
A busca é igualmente desnecessária.
Vivemos histórias em imagens. 
Mas depois trocamos. 
Geração zapping até à exaustão. Ou não. Cansamo-nos antes. 
Buscamos agarrar a oportunidade por exclusão de partes.
Eu sou parte de exclusão. E parte de inclusão. Sou isto e aquilo. Tanto faz. Vou indo. 
Vou descobrindo como não me chatear. 
Ansiolítico para acordar. Cafeína para acalmar. Tanto faz. 
Até errar. Não tem mal. É tudo tão relativo que nem isso agita a espuma.
Vou dormir. 
Talvez amanhã mude alguma coisa. 
Talvez. 
Talvez o mundo mude e eu com ele. 
Mudo!

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