sábado, 28 de janeiro de 2017

Cego é ver-te...

Formei-me como massajador
De coração alheio.
Terapeuta do ego
De quem
Pertence ao bem
Mas que passou
Pela tempestade.
Lá pelo meio.
Sou metereologista
Do futuro
Dizendo que o aguaceiro
É tempo de dança
Quando o pé descalça
E pisa o verão rasteiro.
Sou um ladrão do tempo
Que chegou primeiro
E ficou por isso
Mais velho.
Tenho mais do que a idade
De qualquer tempo
E isso traz-me
O conhecimento
Mais belo.
Sou escultor
E cego.
Apego-me ao teu traço
Sem querer
Vê-lo.
Faço tudo para que desapareças
Porque se chegas
E se te perco
Também perco a idade.
Morro.
Porque serias o fim
Do tempo
E a morte do velho
Sem idade
Que por ti
Seria qualquer coisa.
Um encantador de mulher,
Um poeta em contra-mão
Ou só
O momento certo.
Sou tudo
Cada vez que te escrevo.

VAz Dias

#palavradejorge

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