sábado, 3 de março de 2018

Exigentes do polyester


Há este sentimento
Que tudo está mal
Que tudo não é suficiente
Do excesso
A que nos fomos
Acomodando.
Incomodados no entanto.
Alguns esqueceram-se
De como era
E outros chegaram
Aqui já assim.
Exigentes com o polyester.

Coisas que sonhávamos
Ter
E chegaram.
E senhoriais
Abastados de lata
Exigimos mais do
Que a felicidade.
A facilidade
E todo o seu complexo.
Reflexo
De tudo ter
E nada ser suficiente.

Há sinais de que nem
O Amor
Para esses que não
Se compadecem.
Ter a perfeição
Da chatice
Ou chatice da perfeição.

Andamos para aqui a
Mais neste planeta.
A fazer parecer fácil
Os recursos
Não se esgotarem.
Esgotamos
E culpamos os outros.
Esses outros
Exigentes que nos
Atiram a sua moralidade
De volta.
A sua normalidade
Da nossa normalidade
Dos nossos
Achaques ping-pong.

Que sono!
Que vontade!
Que magro!
Que obesidade!
Enfermidade agora
E saúde relativa
Daqui a bocado.
Não estamos bem
Quietos.
Só estamos bem
Repletos
De tudo
Que não sabe a nada.

Somos boquiabertos
E exigentes do polyester.

VAz Dias
#palavradejorge

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