sexta-feira, 30 de março de 2018

Tento na língua

Esta instabilidade
Que me persegue,
Que se apercebe
Da minha intempérie e
Que se abate
Na corrida que o sangue
Comete.
Sou sangue de fogo
Desde sempre.
Desde que me compete
Suportar o que
No peito e no desejo
Se remete.
Remato com um
Simples trato
Sobre os quais
me abato.
Cacto no deserto
Aberto.
Sangue que jorra
A céu aberto
E tu não estás por perto.
Deserto.
Sangro labaredas
E digo merdas
Sem jeito.
Sem preceito
Sem que precise
De contar direito.
Agarrados vamos
Ao nunca
E a um dia.
Que vida!
Que viva e que passe
Até que morra
Sem cá passar.
Sem cá voltar
A ser o que queria ser.
Já não me compete
Ser sangue morno.
Ardo até queimar desertos.
Deserto.
Nem que nem
Fique satisfeito.
Só por perto
E falta de tento.
Aberto.
Sangue pisado
E fogo convicto.
Isso é certo
E ainda para mais
Por ser errado.
Por perto.
Tento.

VAz Dias
#palavradejorge

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