quarta-feira, 25 de abril de 2018

Blasfémia e jejum

Jejum de barriga cheia.
Fome de ti
E do que nunca
Saciaste.
Engolir ar
E esperanças.
Inventar palavras novas.
Partir cordas
Nas unhas
E morder a blasfémia.
Macho
E fêmea
Falar sem tema
E manter a teima
De que existes.
Na inexistência de reinados
Há raínhas
Que se afeiçoam
À plebe.
Quem mais bebe
Desta corrente
É quem cresceu
Como tu
Em núvens.
Cabeça perdida
E nevoeiro.
Partitura
E travesseiro.
Cai mais uma cadência
Maledicência
De quem nem sequer
Sabe o que é inventar
Estórias.
Inventei-te e fazes
Questão de nada ser.
Vou acabar comigo
Nesta invenção.
Degola-se a imaginação
E por consequência
A aparição do nada,
Do nunca,
De ti.
Quando perguntarem
Nunca estive aqui
Porque nem sequer
Existi.
Adeus poeta!

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