terça-feira, 29 de abril de 2014

amizade perdida

Perdemos os dois.
Perdi a paciência.
Tu perdeste-me.
E depois?
Que te interessa?
Nunca esta familiaridade
te assentou.
Nem nunca te chegou.
A estima que por ti tinhas,
era tão cêntrica
que de tão boa
te envenenava.
Defendi-te de ti
e do mundo que contra ti
se manifestava.
Mas nunca me chegou.
Porque seria,
nem que fosse,
o último,
aquele que contigo esteve
e chorou.
Perdemos os dois.
Perdi a inocência
e tu, o amigo
que sempre em ti acreditou.
Este não te chega,
porque fácil é cambiar.
Que o veneno
não apodreça as amizades
nem a boca
que tão duradoira
me enganou.
Perdemos os dois.
Perdi a amizade.
E tu, perdeste-me.
...nem quero acreditar.

Vaz Dias


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