terça-feira, 15 de abril de 2014

Eternamente a dois tempos


Os tempos em mim chocam.
Sofro os embates,
Da novidade
E da enferma idade.
Os que me colocam
Com o corpo
Para lá da validade
E a mente não obstante, infante.
Invejo o sorriso político
Desses novos.
Aceitam-me na sua tribo
Como se eu nunca de lá
Tivesse pertencido.
E doutros, jocosos,
Me fazem excluído.
Envergonho-me junto
Dos meus coetâneos.
Amadureceram as palavras
E os seus actos,
Mais do que os meus, consentâneos.
Onde está a minha tribo?
Ou sou de várias?
Sou um, ou muitos?
Ou tantos?
Mas quantos como eu
Aí existam?
E se existem,
Onde estão? Como persistem?
Raça livre.
Diferente.
Desapegada e distante.
Partiram.
Foram.
Para lá do horizonte. Distante.
Passaram a ponte.
A norte do infante.
A sul do sempre.
Para sempre
E permanente.
Os como eu,
Aqui não ficam.
Vivem para sempre,
No distante permanente.
É para lá que caminho.
Inteiro,
Infante,
Velho
e Eternamente!

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