Sou o frio deste verão.
Sinto em mim o arrefecimento
desse calor.
Algum sol que em mim toque,
faz-me acompanhar
da sombra.
Uma penúmbra de mim.
-"Onde está o calor?"-
pergunto à minha fiel companheira.
E inerte, estática,
depende de mim para a resposta.
Que besteira!
Como quero eu
que ela queira?
Que se mexa?
Se eu gélido espero.
Mas espero.
Aguardo o movimento
do sol estático
em terra fria.
Que gire e me aqueça.
Que me crie uma ideia
nesta cabeça.
Porque congelei o pensamento
nestes dias de sol no firmamento.
Mas o frio deste verão
sou eu.
Tao solamente meu,
este descontentamento
que de calor se perdeu.
Resta-me a sombra,
companheira do sol frio,
e deste que se intrometeu.
Vaz Dias
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