Se te acercas,
logo me detenho.
Não quero que percas
o que para ti tenho.
É imaterial,
feito em papel
de sonho.
Pintado em luz de pirilampo.
É uma dança
de caixa de pandora.
Abre e rodopia.
Música de ontem e de agora.
Tão antiga como eterna.
Rodopia neste meu convite
e dancemos
como duas crianças
em intervalo de escola.
És a bailarina que dança,
rodopia e que balança
ao som desta grafonola.
Mas porque me esperas
se não danço
de métrica?
Não vês que "canto"
com o som
como minha estética?
Também sou eu
que te liberto
dessa tão engenhosa
e esculturada caixa.
O que não aguardava
e caiu-me o queixo
que de tão
rodopiada conveniência
mostraste-me mais do que
a vista alcança.
És pandora.
Libertaste-te!
E és agora a mulher
que ao dono de grafonola
se fez libertar e que agora,
também ele,
harmoniosamente dança.
Vaz Dias
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