quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Bando

Um desviar subtil
Do telefone.
A voz que ao telefone
Escolhe ser cínica
Para não transbordar
Verdade.
A voz que diz a verdade
Nas costas
Dos nossos olhos.
A vergonha
Tapada com ironia
E desplante.
O silêncio
Dos culpados
E do concluio
Que os faz unidos.
A honra que existe
No defeito
E o defeito não ter
Honra nenhuma afinal.
O atraso que conhecemos
Do cansaço e da tristeza.
O aviso que não vem.
A soberba de achar
Que não vemos.
Não ouvimos.
Não percebemos.
Que não enganamos também.
Enganar com a verdade
É dançar com o inimigo
Para lhe antever
A mentira
No passo.

Ser justo
É esquecer?
Ser justo
É diminuir o erro
Dos outros
Ao tamanho das acções
Por si cometidas.
É compaixão
Para ser compreendido.

É fácil ter asas
Num bando que se desloca
Para onde há segurança.

Voar na intempérie
É ter mais que asas.
É decidir rotas.

VAz Dias
#palavradejorge

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