De raspão.
Largam-me da intensidade
A que se esconderam.
Ou éramos todos diferentes.
Depois veio
O universo.
Esse ditador
De me calar.
De me pôr no lugar.
Fui eu que me culpei
Por tudo
Porque ninguém
Se chegou à frente.
E então se não sou
De bem aos olhos
Dessa infâme gente?
Somos todos tão bons
Quanto incoerentes.
Bradamos de borla.
Cavamos a cova
Para atirarmos
O pecador fora.
Mas também queremos
Viver.
Ser vividos.
Criticar qualquer pessoa.
- Se ateia um fogo
Ou se vestiu de feia -.
Apontem-me um dedo
De hipocrisia
Pela falta de coragem
De colocarem em causa
A vossa bíblia falada.
Desgraçada de tão sagrada.
Língua ardente
De limonada.
Hiperventilados
Que nunca usaram a boca
Para a carne.
Para tapá-la
De sabores e pecado.
E humanidade consagrada.
Apóstolos da dor de cotovelo.
Gosto da dor
Da glande.
De a esfregar
Como a boca que se agrade.
Comer e comer
E ficar farto.
Raios vos partam
De boca moral.
De rouquidão mortal.
Venham-se mas é!
Juntos. Ou sós.
Uns com outros
E após.
Mas venham-se
E regozijem-se sem
Culpa.
Isso é de quem não tem
Nada
Senão palavra.
Palavra sem tesão
É mudez
Em grito sem convicção.
Façam da erecção
E da pluviosidade
Corpo a que dão a cara.
Falar mata!
VAz Dias
#palavradejorge
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