sábado, 22 de setembro de 2018

A beleza dos fortes

A beleza que esta terra
Filma.
As histórias que se apagam
Da memória
De "um dia".
Fala-se em sedução
Enquanto os ponteiros
Avançam.
A urgência que pede
Pele.
As mulheres que ainda
Não sabem da sua maternidade.
A maturidade a escapar
Como areia entre dedos
Para se voltar
A verões passados.
O amor à flor
Da pele.
A paixão que se vem
E desaparece
No chuveiro.
Lava-se a humanidade
E a animalidade.
O desejo de replicar
Perdido na sobrevivência
Do ego.
O desespero.
O exagero.
A depressão.
Há cada vez mais beleza
À vista
E cada vez menos para ficar.
Todos a correrem
Atrás de todos
E a terra é ainda uma selva.
Não é o mais belo
Que sobrevive.
É a mais forte.
E todos se vêem
Em documentário
Replicados uns nos
Outros.
Menos dos fortes.
Dos desenganados.
Dos realizadores.

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