Escolho a poesia
Para me ocupar
A terrível passagem
Do tempo.
O intervalo entre nadas
A que estamos destinados.
Viver
Como se de um propósito
Isso se fizesse parecer
Para crermos.
A poesia
É o que alguns
Têm como fé.
É para onde eu vou
Depois de morrer...
Quer me porte bem
Ou não.
Já vou para o "nada"
E de lá vim.
Se calhar vim
Da poesia
E para lá volto.
Ou vou por uma nova
Que inventei
Para mim
Na sublimação
Desta sujidade
A que nos sujeitamos.
Como uma criança
Que brinca e se suja.
Brincamos
E sujamo-nos.
Inventa-se algo digno
Como a poesia
Para se desaperecer
Com dignidade.
Um asseio
Que depois não vemos.
Uma higiene
Para os outros.
Ficarmos
Com a folha limpa.
terça-feira, 18 de setembro de 2018
A poesia que limpa
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