terça-feira, 18 de setembro de 2018

Fazer Amor de Sonhos

Não te encontrei
Quando os olhos
Tombaram sobre
O dia.
Não quis que ele
Começasse como
Poesia.
Deixei de te fazer
Musa e celestial
-Quando me pareces
Mais do que real
E tão vívida-.

Sei rimar
De noite.
Quando a carne,
Voluptuosa, busca
Conforto na escuridão
Que se aloja atrás
Da luz que descansas.
Guardo-me.
E da distância
A que me alcanças.
Quero ser mais do
Que escrivão de ti.
Ser real
Que agarra na caneta
Ou no teclado
E te canta de respiração.
Sem esforço
Nem presunção.
Só serenidade
De te ser parceiro.

Armei o corpo
Que se espreguiça
Para além de mim,
Na ideia de ti.
Na ausência
Que presenteias
As horas
Que ocupas os dias
E as noites em mim.

Acordei de ti
Porque a pele ainda respirava
A tua pele.
O sabor
Era de doçura
De açúcar tomado
Na pequena
Mas enorme
Presença tua.
As papilas são gustativas
Porque passaram
A degustar
Sabores
Como o amor pela
Primeira vez.

Despertei de mim
Num dia
Que não se queria
Mais poesia
Do que de ti.

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