cada vez mais sozinho
sendo de todos.
cada vez mais alegre
como o são os tolos.
e assim sou eu
conhecendo-me
pelo inteiro
de cada parte.
não fui feito desta
matéria
e sou de tão mau
como de mediano
como de louco.
tão bom
de tão pouco.
o mais novo
dos novos velhos
dos miúdos
que recebo nos meus
meandros imperfeitos.
olham-me os olhos
atentos.
e vendo-me.
vendo tudo com outros
olhos e vendo-me
por caro
como do mais barato.
uma pechincha
que incha desincha
e passa como o meu
velho dizia.
uma razia de tudo
conquistado
e fica sempre o mesmo
fado de recomeçar algo.
calo-me mas não me
silencio.
sentencio o meu futuro
como tudo perdido
por tudo ter que ganhar.
e não parece nada
senão tudo o
que foi já conquistado.
já fui amado
e já fui a nenhum lado.
agora estou aqui
no meio de tudo
sozinho
melhor que acompanhado
sem saber se isso
é melhor.
talvez.
amanhã é outro lado.
é outro estado.
é a minha vez.
talvez... não estou interessado.
quinta-feira, 26 de setembro de 2019
sorriso de tolo
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