domingo, 3 de novembro de 2019

a dama do sinal

faço a imaginação
ser realidade.
descaradamente buscando
uma superlatividade
impossível.
uma exigência
atroz do que é sagrado.
mas nasci imberbe
e fiz-me disruptivo.
aceitei tudo
de olhos fechados
e agora abro-os tanto
para pôr em causa
quanto para sonhar.
a dama do sinal
entrou-me pelo
olhar do olhar que
caiu lá na profundidade.
lá na causalidade de uma
verdade dela
e outra inventada por mim.
faz frio ali
e no entanto iria
de tão gélido da minha
praticidade.
cada vez que escrevo
recebo um sinal
desta dama
que me inquieta.
esta trama que me arrebata
e me faz de ninguém.
e contudo sou o mais dos
humanos
deixando naufragar em mim
todos os nossos pecados e
redimindo-me aos olhos
do futuro.
se fiz mal
foi por bem
e por carregar mais peso
do que as cruzes que me doiem
de nada ter feito.
deixo mais uma carta
no correio sem destinatário
deixando mais um bilhete
de avião lá guardado.
tantos sítios
a que não voltaste...

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