quinta-feira, 14 de julho de 2016

Lobo mau

Preciso de enraivecidamente
Atirar-me ao mal.
Cheiro-o à distância.
Vejo escondido
Por entre argumentos
Da inteligência.
É mal que se apodera das pessoas.
Das suas fraquezas
E pequenas coisas.
Que as faz se agarrarem
A essas pequenas
Tomadas como enormes coisas.
Defendem-se em grupo
Esses lobos.
Alcateia de bobos
Arranjados em pele
De sorrisos.
Esgares imprecisos
Que desmentem
O simpático siso.
Atiro-me a eles
Com a ingenuidade de miúdo
Mas com a raiva de cão.
Hei-de matar o mal.
A morte.
Antes ainda que ele,
Lobo mau,
Se apodere do meu coração.

VAz Dias
#palavradejorge

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