domingo, 3 de julho de 2016

Tempestade do Deserto

Este é o som.
Deserto que faz os corpos
Lânguidamente
Retorcerem-se.
Era por esta falta
Que o corpo se busca
No árido complexo
Que é o corpo dela.
A sede que ele me dá.
Oásis é a boca seca
E água é o seu corpo.
Vento que explode
Em grãos de areia
Como picos na maçã do rosto.
Este é o som.
Dança do ventre que ela
Impregnou com praga
De borboletas
Neste deserto que eu sou.
Sou a morte
E a dor
E o fogo
Que faz a sua água arder.
Somos inconvenientes
E ela também é o som.
Da chuva de deserto.
Que mata com vida.
Este é o som!

VAz Dias

#palavradejorge

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