domingo, 31 de julho de 2016

Tempo de Antena

As nossas dores são
Fardos que vão pesando
Pela irresolução material
E imaterial do que cabe
E descabe no nosso peito.
Assino esta carta
Com morte de amanhã
Porque hoje não tenho
Coragem.
Tenho ainda vida em mim
Que desaba.
Que engole vidas passadas
E mortes adiadas.
Mas as pessoas matam-me.
A sua vida confundida
Com arrogância de soberba
Sobre a nossa vida,
A dos pequenos segundo elas,
É uma tentativa de assassinato
Com aplauso
Doutras mentes dormentes
Que constroem um senso comum
Pouco comum
À humanidade.
Selváticos racionais
Que me matam.
Grito mas não me ouvem.
Calo-me mas não me vêem,
Enquanto dançam diante
Dos seus espelhos
Luminosos
De mentes embaciadas.
Vivo por minutos
No meio de vidas
Refletidas em tempo de antena.
Morro por uma alma
Que não reflicta
Tanta falta de auto-estima
E própria pena.
Morro.
Não vale a pena.

VAz Dias

#palavradejorge

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