Receio que todos
Os meus receios
Em relação ao amor
Se tenham desvanecido.
Ensinaram-me as pessoas
Que me deixaram
Pelo meu próprio caminho.
De agarrar
Todo aquele amor de pulmão
Que me enchia
E soprava em querer,
Em tanto amor
Lhes querer,
E encher de novo o peito.
Mas ensinaram-me que amor
Não era nada daquilo.
Não é acertar com o que nos
Parece mais bonito...
Mais aprazível.
Não é ficarmos uns com os outros
Por exclusão de partes
Ou porque se criam
Naturais enlaces.
Não é nada disto
Se percorremos livres o caminho.
Se formos nossos.
Se formos poema
De oferecer a qualquer um,
Indiscriminadamente.
Sem nada preparado
Antecipadamente.
É dar.
Oferecer o melhor da gente.
E fica o mundo contente.
E se isso for bom
Tem de ser suficiente.
Amar é indiferente.
É de todos.
Nosso para
Todos.
Não receio.
Só dádiva!
VAz Dias
#palavradejorge