terça-feira, 8 de novembro de 2016

Hiperventilava amor

Acho que hiperventilei o amor.
Afinal ele é tão simples
Nos braços dos outros.
No buquê arremessado
E suspirado nas outras.
Das pessoas que se contentam
Com pouco.
Que se exigem pouco.
Eles beijam-se com a suavidade
Dos inocentes.
Não há amantes
Nem segredos por revelar.
E se os há
Alguém os guarda
Porque deseja guardar
O príncipe e a princesa
Que jamais deverão encontrar.
Hiperventilei todos aqueles
Momentos
Em que o peito
Se enchia de ar.
Que sobrava para o coração
Que falia de ar.
É completamente absurdo
Um desses tipos
De respiração.
Remeti-me a declarar
Esse desejo
Para o domínio da paixão.
Reconhecer que o amor
É para quem nada percebe
Da razão,
E se percebe
Desenhou uma relação matematicamente.
Sem paixão e o amor
É um visitante em casa
Hermeticamente arquitetada.
E eu vivo da paixão impensada
Mas com a razão
Dos que nada sabem de amor.
Para quê se ele não existe?
E se existe é tão mais belo
No encontro.
No desencontro que descobre
Em novo encontro.
Hiperventilei e pronto!
E estou bem assim.
Respirando.
Acelerando o ritmo cardíaco
De quem por agora
Quero tanto!

VAz Dias

#palavradejorge

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