segunda-feira, 31 de julho de 2017

Aceitação

O amor também é sorte que se procura. Se merecemos a seu tempo ele virá.
Antes desse amor alimentamo-nos de outros. Aprendemos com esses.
É sorte mas pelo bem que a nós próprios fizemos antes (por nos querermos bem a esse ponto).
E podemos sempre perder um amor. Dramático. Triste. Imerecido. Mas há uma razão. Há perdido no universo uma explicação para à nossa natureza se fazer presente. Mas também somos responsáveis do amor que se nos oferece. Aceitamo-lo como saberemos aceitar os nossos próprios erros e infortúnios. Saberemos conviver com o hálito matinal bem como a diferença que a nós tanto nos apoquenta. Somos água do rio que torneia a rocha lavada de séculos mas também a árvore que inverno após inverno sofre os abanões próprios da estação. Mais do que menos receberemos a dádiva para que o universo se prepara para nos presentear. Ele é abundante e nós temos de aprender a saber recebê-lo. Como as meias que a minha mãe me dava e que me eram mais úteis do que os mimos que exigia. Hoje em dia quando compro um par de meias sinto mais o conforto dessa prenda antiga porque também já a não tenho perto de mim. Perdemos mas se estimarmos os nossos temos sempre o coração seguro. Um ganho.
Aceitação.

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