domingo, 23 de julho de 2017

Bebo a felicidade que dos teus olhos choram

Quantas vezes
Te provocaria a distracção?
Com o semblante
Fechado
De secreto gáudio
Em te pintar
Um poema,
Quantas vezes saberias
Que a cor é tua?
Senhora da hora
E do dia
Que abre uma janela
Numa tela
Que por si se pinta?
Acaso não sabias
Que a tinta que corre
É água
Que em mim jorras?
A vida que
Em felicidade
Nos meus olhos
Choras?
Deixa-me pintar-te
Com as cores
Que dantes
Guardavas.
Desatámos pincéis
Borrámos papéis
E ficámos nós.
Sustentados
No horizonte
Duma janela
Onde chovias amor
Em mim.
Acaso sabias
Que o teu amor
É chuva na minha cama
Que entra dessa tela
Onde a cor és tu
E nós poesia?

Bebo a felicidade
Que dos teus olhos
Choram.
Distraída
Era eu que te cantava.
Era para ti
Que escrevia.

VAz Dias

#palavradejorge

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