Esteio foi
O que se elevou
Primeiro
E contrário às paixões
E à mesquinhez
Alto se firmou
No firmamento.
Fitou
Os recorrentes acontecimentos.
Educou-se
E viu tudo
Como num parque infantil.
Pessoas que derimiam
Palavras acicatadas
E interesses próprios
Pareciam crianças
Buscando aprender,
Brincando sem nada
Perceberem
O que os outros pudessem
Querer de si.
O esteio olhava
Cada vez mais
Silencioso
Deixando a birra
Ser soprada p'lo vento
E o tempo deixar
Os infantes crescer.
Nunca há é tempo
Quando adultos
À infantilidade tendem
Decrescer.
O esteio não era humano.
Mas olhava
Com olhos de ver
E parado
Via adultos
Tortos.
Acertando a verticalidade
Com os ossos
Dos outros.
Com as falhas dos outros.
Paixões de conveniência
(Ou será a paixão em si
Uma conveniência?)
O esteio não morre.
Vê o tempo que corre
Das pessoas
Que fazem atalhos
Pelo caminho
Que baralham.
Encontrões
E pisões.
Prisões a retalho
Que se cosem
Com rendas do diabo.
O esteio só
Olha no firmamento
Outro só.
Não foi a altura
Que os fez se vislumbrarem.
Foi a redução.
O abaixamento.
A colectividade
Pelo erro demasiadamente
Humano,
Demasiadamente mesquinho
Dos que se quiseram
Pequenos.
A culpa não é do esteio
Se elevar.
A culpa não é
Da gente que não se quer
Elevar.
Não há culpa.
Há sim alturas
Que os que verticais
Se mantêm
Em tanta tempestade
Revolta,
Sólidos,
De costas firmes
A pequenez
Ficar rasteira
E o olhar noutro esteio
Poder encontrar
Verticalidade familiar.
VAz Dias
#palavradejorge
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