O que me interessa saber
Se nada sei de ti?
Se é o desacerto
Do espaço
Com o tempo
E a vontade
Que me traz o teu esplendor?
Reservo-me ao direito
Ao ser poeta para ti
De não preparar nada.
Ser-te próximo
Sem de mim saberes
Nada.
Mas és tu quem agora
Me fala.
Estas são as palavras
Que o universo
Em mim
De ti espalha.
Maré de estrelas
Com todos os seus planetas
E viventes
Ao micro-milésimo
Da vida.
Essa riqueza desconhecida
Que nos faz querer viajá-lo
Mesmo sem asas.
Falas-me
E sou nave de sair
De um tubo de ensaio
E viajar-te de volta
A um Big Bang.
Aquele em que o tempo
Começou.
Aquele em que o nosso
Olhar se tocou.
O teu universo
Tomou-me.
Não preciso de saber
Quem és.
És um universo inteiro
Que prevalecerá
Num paralelo
Do exequível.
De que seremos
Sempre possível.
Mesmo que não.
Mesmo que os corpos
Orbitem
E as outras forças
Assim não o queiram.
Mas o teu universo
É corpo infinito
Na minha poesia.
O teu corpo deixa
De existir quando não estás
Para seres poesia.
Estás na eternidade de um dia.
Tu és matéria,
Anti-matéria,
Destempo
E todavia,
Universo,
És Poesia!
VAz Dias
#palavradejorge
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