Quantas vezes
Temos de nos guardar
Para o amor?
Quantas vezes somos
O nosso próprio desafio?
Os dias a fio
Ansiando
Que ele chegue.
Devotarmo-nos ao torpor
Para não sentirmos
Os dias que lhe faltem
- se é que vêm a caminho -.
O amor
Para quem o reganhou
Ou voltou a perder
- se não o abandonou -
É um merecimento
Que se divorcia da sorte.
Deflagramos para a morte
Com os restantes dias.
Até que nos abandonamos
Das perdas
E das eventuais
Que virão.
Aceitamos
O que podemos ter
Entre mãos.
E levamo-nos tão sós
Quanto acompanhados
De nós mesmos.
E nada é fim.
Nem a morte
Nem a puta da sorte.
Somos nós
E o mundo
E o que vier.
Sermos só o que podemos
Ser
E descobrir
Que isso,
Exactamente isso,
É o que temos
E isso basta.
Ontem disse que te amo
E se não o voltarmos
A dizer
Ficamo-nos
Mirando o tempo
A se descoser
De amores por nós.
Se ele quiser.
Se nós quisermos.
Sem sorte
E sem medo de mortes
Ou o que ficou
Por dizer.
VAz Dias
#palavradejorge
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