Estaciono o carro.
Em frente uma parede imensa
Que tapa o céu.
Lamento-me
Por não me teres
No teu céu.
Da boca vens silenciosa.
É a minha imaginação
Soluçando do lamento
E buscando dar paz
Ao braseiro
Que na carne
Ferve.
Tão alto como o muro
Que me colocas.
Não me tocas
Como eu.
Esquece!
Passam-se horas
Desde os dias
Em que não nos desconhecemos.
Essa era a nossa virtude.
Sermos desconhecidos
E termo-nos feito acreditar
Que nunca haveriam
Separações.
Delimitaste o nosso erro
E agora o sangue sobe-me
De elevação à tua memória.
Esta é a pedra
Onde jaz o nosso deleite.
Deita-te agora
Que o prazer
Voou ao céu.
Aquele que nunca foi nosso.
Nem meu nem teu.
Nunca existimos.
Morreu...
VAz Dias
#palavradejorge
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
Medo do Escuro
No breu de mais
Uma noite,
Precipitei-me uma vez mais
Pelas vontades minhas
Que seriam das outras.
Transformei-me naquilo
Que queria ser.
Uma sombra das outras
Em cada candeeiro
Aceso.
Preso às suas vontades.
A carne que busca
Amor perdido
Nas vielas,
Nas putas
E nas querelas.
O sino já deu hora
E no escuro mora
O crime
De ser outro
A sombra
Delas.
Roubar-lhes a alma
Enquanto se despem
Enebriadas
Do calor que lhes fugiu.
Foi o desamor que nos pariu
E o sexo
A dor que mais
Nos entretinha.
Vinha mais escuro
De conforto surdo.
Gritavam-se impropérios
Na família das mesmas
Palavras do bem
E do recato.
Um aparato longe de ser
Ouvido de dia.
Esses há muito
Que deixaram de ter medo
Do escuro.
VAz Dias
#palavradejorge
Uma noite,
Precipitei-me uma vez mais
Pelas vontades minhas
Que seriam das outras.
Transformei-me naquilo
Que queria ser.
Uma sombra das outras
Em cada candeeiro
Aceso.
Preso às suas vontades.
A carne que busca
Amor perdido
Nas vielas,
Nas putas
E nas querelas.
O sino já deu hora
E no escuro mora
O crime
De ser outro
A sombra
Delas.
Roubar-lhes a alma
Enquanto se despem
Enebriadas
Do calor que lhes fugiu.
Foi o desamor que nos pariu
E o sexo
A dor que mais
Nos entretinha.
Vinha mais escuro
De conforto surdo.
Gritavam-se impropérios
Na família das mesmas
Palavras do bem
E do recato.
Um aparato longe de ser
Ouvido de dia.
Esses há muito
Que deixaram de ter medo
Do escuro.
VAz Dias
#palavradejorge
domingo, 28 de janeiro de 2018
Sem saída
Passei metade da minha
Vida
Sem ler.
Ou a ler o que fosse importante.
Não ouvi toda a música
Que devia
E que o meu ser
Ansiava.
Sou uma construção de metades
E de somenos.
Sou a vontade pelo dobro
Mas não chega.
Ser um libertino
Sem culpa de melhor,
Se ser melhor
É sentir menos.
Ter altivez
Nem que fosse por uma
Vez.
Sou menos
Com o tempo de tudo.
Tudo pode mudar amanhã
Ou já mudou
E saber
O que é necessário
E apenas absorver
Nada mais saber.
Ser.
Mas ler.
Ter algo mais
Do que escrever.
Devia ser um pouco
Mais
Do que só escrever.
Leio isto.
Mais uma rua sem
Saída.
Divaguei.
Vou divagando como
As amantes que não são.
Não me lêem
E não se escrevem.
Esta é a rua escura
De um candeeiro que se apaga
Intermitentemente.
E desapareces.
Lentamente.
VAz Dias
#palavradejorge
Vida
Sem ler.
Ou a ler o que fosse importante.
Não ouvi toda a música
Que devia
E que o meu ser
Ansiava.
Sou uma construção de metades
E de somenos.
Sou a vontade pelo dobro
Mas não chega.
Ser um libertino
Sem culpa de melhor,
Se ser melhor
É sentir menos.
Ter altivez
Nem que fosse por uma
Vez.
Sou menos
Com o tempo de tudo.
Tudo pode mudar amanhã
Ou já mudou
E saber
O que é necessário
E apenas absorver
Nada mais saber.
Ser.
Mas ler.
Ter algo mais
Do que escrever.
Devia ser um pouco
Mais
Do que só escrever.
Leio isto.
Mais uma rua sem
Saída.
Divaguei.
Vou divagando como
As amantes que não são.
Não me lêem
E não se escrevem.
Esta é a rua escura
De um candeeiro que se apaga
Intermitentemente.
E desapareces.
Lentamente.
VAz Dias
#palavradejorge
quarta-feira, 24 de janeiro de 2018
A chave
Tinha as chaves todas
Em minha posse
(Mesmo as que não devia).
Guardava o tempo
De cada uma das
Suas moradas.
E lá no caminho
Da minha espera
Brilhavas na companhia
Do meu amor.
Havia futuro
Nos locais sem chave,
E esperavam-me!
A luz natural
Fazia companhia
Ao brilho das vossas
Conversas.
Para mim a justiça
De teres tomado o teu
Devido lugar nos meus
Sonhos.
A chave residia aí!
VAz Dias
#palavradejorge
Em minha posse
(Mesmo as que não devia).
Guardava o tempo
De cada uma das
Suas moradas.
E lá no caminho
Da minha espera
Brilhavas na companhia
Do meu amor.
Havia futuro
Nos locais sem chave,
E esperavam-me!
A luz natural
Fazia companhia
Ao brilho das vossas
Conversas.
Para mim a justiça
De teres tomado o teu
Devido lugar nos meus
Sonhos.
A chave residia aí!
VAz Dias
#palavradejorge
Sopro no peito
Convite feito.
A natureza envolve.
O olhar devolve
e o teu peito prova
como o sangue me corre.
Veias palpitantes
e a beleza do mundo em ti.
Bate beleza
no teu peito
de vida que te corre pelas veias
como as vontades
que em mim anseias.
Espero que me acomodes.
Sopro no peito.
Sopros.
Bastantes.
(Espero que o telefone toque...
Beijo)
#palavradejorge
A natureza envolve.
O olhar devolve
e o teu peito prova
como o sangue me corre.
Veias palpitantes
e a beleza do mundo em ti.
Bate beleza
no teu peito
de vida que te corre pelas veias
como as vontades
que em mim anseias.
Espero que me acomodes.
Sopro no peito.
Sopros.
Bastantes.
(Espero que o telefone toque...
Beijo)
#palavradejorge
domingo, 21 de janeiro de 2018
Parede Suja de Tempo
Há beleza na morte.
No fim das coisas
"Para sempre".
As paredes que se sujam
De idade
E se escondem de natureza.
Cresce o verde
E a planta e a certeza
Que tudo será
Um novo mundo
Até outro fim.
E pede-se à memória
Que sobrevive
Dessas estórias passadas
- dessas vidas acabadas -
Um fim que as faça
Nunca terem existido.
Não faz sentido
Começar para acabar
Se nunca se acabou
Por começar.
E se no final tudo acaba
Para novos inícios
Por quê sofrer de memória
Futura?
Que agrura
E morte lenta!
Que a verdura cresça lenta
E vagarosamente.
Seja a parede sempre suja
De tempo.
Ainda antes de nascer
Mesmo antes de
Ter morrido a ela
Prévia e
Antecipadamente.
VAz Dias
#palavradejorge
No fim das coisas
"Para sempre".
As paredes que se sujam
De idade
E se escondem de natureza.
Cresce o verde
E a planta e a certeza
Que tudo será
Um novo mundo
Até outro fim.
E pede-se à memória
Que sobrevive
Dessas estórias passadas
- dessas vidas acabadas -
Um fim que as faça
Nunca terem existido.
Não faz sentido
Começar para acabar
Se nunca se acabou
Por começar.
E se no final tudo acaba
Para novos inícios
Por quê sofrer de memória
Futura?
Que agrura
E morte lenta!
Que a verdura cresça lenta
E vagarosamente.
Seja a parede sempre suja
De tempo.
Ainda antes de nascer
Mesmo antes de
Ter morrido a ela
Prévia e
Antecipadamente.
VAz Dias
#palavradejorge
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
Agora ouve!
Não tenho tido tempo
Para ser poeta
Se ser poeta
É um fingimento.
Mas não sou
Quando legítimo
Sou tantas outras
Coisas.
Quero que não oiças
Isto que te vou dizer.
Quando penso em ti
Sou poeta.
Quando existes sou
Teu poeta
Quando não estás
Sou o meu próprio.
Propriamente qualquer
Coisa
Que seja digna
Como não ser poeta.
É indigno sê-lo
Se somos tanta coisa
Porque para tê-lo
Como condecoração
É como nunca te ter
Tido
Nunca te ter apelado
De convicção.
Sou se não te tiver
E se assim é
Serei sempre
De quem não me quer
A escrever.
E eu sem escrever
Não me conheço.
Como não te conheço
A ti.
Isto foi algo que li
Se sei fingir.
Se sei amar
Com um beijo na boca.
Se abrires a carta
Que as tuas palavras rouba.
Agora ouve!
VAz Dias
#palavradejorge
Para ser poeta
Se ser poeta
É um fingimento.
Mas não sou
Quando legítimo
Sou tantas outras
Coisas.
Quero que não oiças
Isto que te vou dizer.
Quando penso em ti
Sou poeta.
Quando existes sou
Teu poeta
Quando não estás
Sou o meu próprio.
Propriamente qualquer
Coisa
Que seja digna
Como não ser poeta.
É indigno sê-lo
Se somos tanta coisa
Porque para tê-lo
Como condecoração
É como nunca te ter
Tido
Nunca te ter apelado
De convicção.
Sou se não te tiver
E se assim é
Serei sempre
De quem não me quer
A escrever.
E eu sem escrever
Não me conheço.
Como não te conheço
A ti.
Isto foi algo que li
Se sei fingir.
Se sei amar
Com um beijo na boca.
Se abrires a carta
Que as tuas palavras rouba.
Agora ouve!
VAz Dias
#palavradejorge
sexta-feira, 12 de janeiro de 2018
Abismo
Estou num abismo.
Daqueles que não se pedem
Nem nos precipitamos.
São aquele que nos surgem
Da caminhada mais
Segura
E mais preparada.
Sempre a cair.
Parece que não nos habituamos
Nunca.
Farto de cair para levantar.
Farto de ser profundo
Como um abismo.
Farto de ser um abismo.
Cair em mim?
E então?
Vale ser tratado assim
Pela ligeireza a que os
Acontecimentos
Se prestam?
Agarramo-nos ao optimismo.
Mais um momento
Pára-quedas.
- Ampara as merdas.
Vais cair na mesma
Seu merdas! -
E caímos e
Esbardalhamo-nos no fundo
E agradamo-nos
Com o facto de sobrevivermos.
De sabermos subir
Com pernas partidas
E almas amputadas.
E subimos sabendo
Que somos uns lutadores
Porque vamos encontrar
Abismos.
No próximo não me levantem.
Fico logo lá no fundo
A fazer companhia a Deus.
Só assim subirei leve
Por tanta luta.
Ou também não.
Aceitar os ossos partidos
E só deixar de existir.
Isso.
Ser o meu próprio Abismo!
VAz Dias
#palavradejorge
Daqueles que não se pedem
Nem nos precipitamos.
São aquele que nos surgem
Da caminhada mais
Segura
E mais preparada.
Sempre a cair.
Parece que não nos habituamos
Nunca.
Farto de cair para levantar.
Farto de ser profundo
Como um abismo.
Farto de ser um abismo.
Cair em mim?
E então?
Vale ser tratado assim
Pela ligeireza a que os
Acontecimentos
Se prestam?
Agarramo-nos ao optimismo.
Mais um momento
Pára-quedas.
- Ampara as merdas.
Vais cair na mesma
Seu merdas! -
E caímos e
Esbardalhamo-nos no fundo
E agradamo-nos
Com o facto de sobrevivermos.
De sabermos subir
Com pernas partidas
E almas amputadas.
E subimos sabendo
Que somos uns lutadores
Porque vamos encontrar
Abismos.
No próximo não me levantem.
Fico logo lá no fundo
A fazer companhia a Deus.
Só assim subirei leve
Por tanta luta.
Ou também não.
Aceitar os ossos partidos
E só deixar de existir.
Isso.
Ser o meu próprio Abismo!
VAz Dias
#palavradejorge
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
A canalha que fala!
Caem as máscaras
E as crianças
Revelam-se nisso mesmo sendo...
Infantis.
Não foi assim que quis
Enquanto se arranjavam
De argumentos
Para pareceram crescidos.
Juntavam-se à esquina
Em compadrios
Somando as antigas
Inimizades como felizes
Novos amigos.
Quem diria?
Os petizes!
Tudo muda rapidamente
Para as crianças
E os velhos deviam se rir.
Partir em bocados
De migalha
Quem se soma de pequena
Igualha.
Canalha é assim.
Criança que baralha
O que mais precisa
Com o que mais lhe
Convém.
Porém,
Não se esqueçam miúdos
Que o tempo de brincar
Se acaba
E quem dá a ordem
Para o intervalo
São os crescidos.
Toca a entrar para a sala.
Está na hora de aprender
Que é conversa de gente
Crescida,
Que é assim que se fala.
E mais uma voz
Que se cala!
VAz Dias
#palavradejorge
E as crianças
Revelam-se nisso mesmo sendo...
Infantis.
Não foi assim que quis
Enquanto se arranjavam
De argumentos
Para pareceram crescidos.
Juntavam-se à esquina
Em compadrios
Somando as antigas
Inimizades como felizes
Novos amigos.
Quem diria?
Os petizes!
Tudo muda rapidamente
Para as crianças
E os velhos deviam se rir.
Partir em bocados
De migalha
Quem se soma de pequena
Igualha.
Canalha é assim.
Criança que baralha
O que mais precisa
Com o que mais lhe
Convém.
Porém,
Não se esqueçam miúdos
Que o tempo de brincar
Se acaba
E quem dá a ordem
Para o intervalo
São os crescidos.
Toca a entrar para a sala.
Está na hora de aprender
Que é conversa de gente
Crescida,
Que é assim que se fala.
E mais uma voz
Que se cala!
VAz Dias
#palavradejorge
terça-feira, 9 de janeiro de 2018
Modernos.
Sento-me no mesmo lugar
Que é o mesmo em tantos
Anos.
Os mesmos quadros
Que não sabem a nada
As toalhas de mesa
Parecendo de velhas
Desde sempre
Mesmo agora sendo elas
Velhas.
A mesma velha que mantém
Polida a palavra
Mas plástica a presença
Uma casa de chá
Onde não há nada senão doçaria
Para levar.
Ninguém quer aqui parar
Muito tempo.
É a mesma coisa
Do mesmo tipo de pessoas
Desde sempre.
Mas essas gostam de novidade.
Das linhas modernas
E minimalismo
Para pensar direito.
Sem bibelôs
Sem candelabros imitando
Nenúfares
Sem quadros pintados por outros
E copiados para estas paredes.
Só açucar e regalo à vista.
Tudo o que faz mal
E menos mal.
Sento-me bebericando
Um não café
Um pouco café
Um descafeínado.
Sou aqui tão genuinamente
Nada.
Como se apraz ser aqui.
Lá fora sou tudo
Mas aqui resumo-me a ser
Um ornamento da casa
Envelhecendo
Com o tempo que também
Já passou.
Aqui sou velho.
Sou o Billy Idol que passa
Na rádio
Há quase quarenta anos.
Como este mobiliário.
Como isto que é tudo tão igual
Como as pessoas que já aqui
Não estão.
Estão na inauguração
Deste estabelecimento
Noutro local da cidade qualquer
Neste tempo.
Locais que imitam modernamente
Este.
Mas mais.
Muito mais minimais.
Mais modernos.
Não tão velhos.
Modernos.
VAz Dias
#palavradejorge
Que é o mesmo em tantos
Anos.
Os mesmos quadros
Que não sabem a nada
As toalhas de mesa
Parecendo de velhas
Desde sempre
Mesmo agora sendo elas
Velhas.
A mesma velha que mantém
Polida a palavra
Mas plástica a presença
Uma casa de chá
Onde não há nada senão doçaria
Para levar.
Ninguém quer aqui parar
Muito tempo.
É a mesma coisa
Do mesmo tipo de pessoas
Desde sempre.
Mas essas gostam de novidade.
Das linhas modernas
E minimalismo
Para pensar direito.
Sem bibelôs
Sem candelabros imitando
Nenúfares
Sem quadros pintados por outros
E copiados para estas paredes.
Só açucar e regalo à vista.
Tudo o que faz mal
E menos mal.
Sento-me bebericando
Um não café
Um pouco café
Um descafeínado.
Sou aqui tão genuinamente
Nada.
Como se apraz ser aqui.
Lá fora sou tudo
Mas aqui resumo-me a ser
Um ornamento da casa
Envelhecendo
Com o tempo que também
Já passou.
Aqui sou velho.
Sou o Billy Idol que passa
Na rádio
Há quase quarenta anos.
Como este mobiliário.
Como isto que é tudo tão igual
Como as pessoas que já aqui
Não estão.
Estão na inauguração
Deste estabelecimento
Noutro local da cidade qualquer
Neste tempo.
Locais que imitam modernamente
Este.
Mas mais.
Muito mais minimais.
Mais modernos.
Não tão velhos.
Modernos.
VAz Dias
#palavradejorge
sábado, 6 de janeiro de 2018
Mudo tudo amanhã
Dobro mais uma esquina
Nesta noite fria
E deprimida.
Vai ficando esquecida
A outra.
Aquela que fazia os loucos.
Que recebia os loucos.
Que aceitava todos
Mesmo que poucos.
Não há alegria.
Copiar colar
Do que foi inventado antes.
Fiquei congelado nos tempos
Entre o depois
E os entretantos.
Tenho tantos anos quantos
Os que me seriam aconselhados
A acordar pela manhã.
Essa razão
Da "gente sã".
Mas não...
Aqui me deixo na repetição
Falando do mesmo
Riso
Do mesmo disco
Tocando de trás para a frente.
Mudo tudo amanhã.
Antes que morra
Dum louco destes d'agora
Ou do tédio.
Ou morrer do remédio
Ainda mais sem sabor
Sem cor...
Sem nada.
Não quero!
Deste ou sem remédio
Não interessa...
Não quero!
Mudo tudo amanhã
(Assim não espero).
VAz Dias
#palavradejorge
Nesta noite fria
E deprimida.
Vai ficando esquecida
A outra.
Aquela que fazia os loucos.
Que recebia os loucos.
Que aceitava todos
Mesmo que poucos.
Não há alegria.
Copiar colar
Do que foi inventado antes.
Fiquei congelado nos tempos
Entre o depois
E os entretantos.
Tenho tantos anos quantos
Os que me seriam aconselhados
A acordar pela manhã.
Essa razão
Da "gente sã".
Mas não...
Aqui me deixo na repetição
Falando do mesmo
Riso
Do mesmo disco
Tocando de trás para a frente.
Mudo tudo amanhã.
Antes que morra
Dum louco destes d'agora
Ou do tédio.
Ou morrer do remédio
Ainda mais sem sabor
Sem cor...
Sem nada.
Não quero!
Deste ou sem remédio
Não interessa...
Não quero!
Mudo tudo amanhã
(Assim não espero).
VAz Dias
#palavradejorge
quarta-feira, 3 de janeiro de 2018
Não Vamos Por Aí
Parei.
Parei de me conhecer em ti.
De te querer conhecer.
De conhecer um caminho
Por aí.
Querias talvez ser o caminho
Inóspito
O prato por onde não se cospe
O sangue que derramava
De um coração.
Nem sei se era o teu.
O meu era cicatrizado
E habituado ao recobro.
Redobro a despretensão.
Esta é uma carta aberta a mim
Já que não sabes ler
Letras do sangue dos outros.
Os olhos sangram-te e tapam
A visão
Mas limpam o ecrãn
Com aventuras do mundo.
Com filtros de felicidade
Onde só te encontras tu.
Ficas bem sem olhos
A sangrar na publicidade.
Parei.
Parei de me conhecer em ti.
Ja sangrei toda a realidade.
Não vou olhar
Para aí.
Os olhos seguiram
Vislumbrando o mundo.
Não vamos por aí.
VAz Dias
#palavradejorge
Parei de me conhecer em ti.
De te querer conhecer.
De conhecer um caminho
Por aí.
Querias talvez ser o caminho
Inóspito
O prato por onde não se cospe
O sangue que derramava
De um coração.
Nem sei se era o teu.
O meu era cicatrizado
E habituado ao recobro.
Redobro a despretensão.
Esta é uma carta aberta a mim
Já que não sabes ler
Letras do sangue dos outros.
Os olhos sangram-te e tapam
A visão
Mas limpam o ecrãn
Com aventuras do mundo.
Com filtros de felicidade
Onde só te encontras tu.
Ficas bem sem olhos
A sangrar na publicidade.
Parei.
Parei de me conhecer em ti.
Ja sangrei toda a realidade.
Não vou olhar
Para aí.
Os olhos seguiram
Vislumbrando o mundo.
Não vamos por aí.
VAz Dias
#palavradejorge
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