domingo, 28 de janeiro de 2018

Sem saída

Passei metade da minha
Vida
Sem ler.
Ou a ler o que fosse importante.
Não ouvi toda a música
Que devia
E que o meu ser
Ansiava.
Sou uma construção de metades
E de somenos.
Sou a vontade pelo dobro
Mas não chega.
Ser um libertino
Sem culpa de melhor,
Se ser melhor
É sentir menos.
Ter altivez
Nem que fosse por uma
Vez.
Sou menos
Com o tempo de tudo.
Tudo pode mudar amanhã
Ou já mudou
E saber
O que é necessário
E apenas absorver
Nada mais saber.
Ser.
Mas ler.
Ter algo mais
Do que escrever.
Devia ser um pouco
Mais
Do que só escrever.
Leio isto.
Mais uma rua sem
Saída.
Divaguei.
Vou divagando como
As amantes que não são.
Não me lêem
E não se escrevem.
Esta é a rua escura
De um candeeiro que se apaga
Intermitentemente.
E desapareces.
Lentamente.

VAz Dias
#palavradejorge

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