Não tenho tido tempo
Para ser poeta
Se ser poeta
É um fingimento.
Mas não sou
Quando legítimo
Sou tantas outras
Coisas.
Quero que não oiças
Isto que te vou dizer.
Quando penso em ti
Sou poeta.
Quando existes sou
Teu poeta
Quando não estás
Sou o meu próprio.
Propriamente qualquer
Coisa
Que seja digna
Como não ser poeta.
É indigno sê-lo
Se somos tanta coisa
Porque para tê-lo
Como condecoração
É como nunca te ter
Tido
Nunca te ter apelado
De convicção.
Sou se não te tiver
E se assim é
Serei sempre
De quem não me quer
A escrever.
E eu sem escrever
Não me conheço.
Como não te conheço
A ti.
Isto foi algo que li
Se sei fingir.
Se sei amar
Com um beijo na boca.
Se abrires a carta
Que as tuas palavras rouba.
Agora ouve!
VAz Dias
#palavradejorge
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