Como das dores
Que me apanham
As costas
A nuca
E o céu da boca.
É assim que as palavras
De conforto me saem
À dor de não te ser
Completo.
Mas sou até ao presente
Momento.
Mas não te completo.
- um problema de todos
os amores, julgo -
E carrego essa cruz
De culpa antes de a ter
Ou mesmo de me ser
Atribuída.
Já sabia antes de saber
E a idade veio
Assinalar.
Com todas as quebras
As frustrações
A morte.
Sobrevivi
Com traços do tempo.
Facilitei à vista de todos
Como da minha.
E agora só sinto
Terrivelmente
A dor dos outros.
E de ti, só de ti,
Porque não sei fazer
Ninguém inteiramente
Feliz
Como eu não sou inteiro.
- não me acho despedaçado
e remendado -
Mas não cresci tudo.
Ou talvez sim
E já sou mais velho
Do que de mim.
Amo-te como me amo
A mim
E à minha...
Mas não chega.
Nunca chego a ser
Tempo dos outros
Por ser pouco
De tantos.
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