terça-feira, 20 de novembro de 2018

Luz Fria

não vou deixar
que o mal do mundo
- do meu mundo -
me convença que sou
mau.
sou sim, pequeno.
ínfimo.
diferente.
e pode vir o fim
dos tempos levar-me.
mas
não vou deixar
que me mude
mais do que já mudei.
se é o karma
que me lançou um mau-
olhado.
se foi meio mundo
que mo lançou
ou se foi só o karma
a ser si próprio...
que me interrompa.
mas nem morto
estarei calado.
nasci desbocado
morrerei desbragado.
se nasci para errar
cá andarei errante
até que acabe.
sou só isto.
orgulho de poeira
cósmica.
cospe-me para a atmosfera
e eu voarei.
serei estrela do nada
e verão que brilho
mais que um pirilampo
em tempo de acasalamento.
luz fria do meu
invento
e do meu desmembramento.
sou pequeno...
lamento.

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