Um dia deixarei
de ser poeta de rua.
Que apanha a chuva
com a alegria de um desalojado.
Serei alvejado pela
falta de amor
que mora mesmo
ao lado
e chora pela calada
da madrugada.
E chove.
E serei poeta
de quatro paredes
meias
com as tuas.
Entrarei pelo teu
murmúrio adentro
e salvar-te-ei dos medos.
Verás que eu sou tu
e que inevitavelmente
eu terei sido a chuva
que te molhou os
pés no desconforto
do lar.
E aí verás que a chuva
e eu
e tu
não somos assim
tão importantes
para carpir tristezas.
Somos água
de lavar pecados
e bebemos
para esquecer
o que é a felicidade
dos outros.
domingo, 17 de fevereiro de 2019
Chovemos Mágoas
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