quarta-feira, 20 de março de 2019

Quadra da Efervescência Latente

Vou tentar de alguma maneira fazer
uma pequena quadra
nem sei o que fazer
nem sei o que o destino me guarda.

Mas juro que te terei perto
quando tiver de escrever.
O que sinto é certo
mas mais ao teu coração pertencer.

É empresa de todo e qualquer Ser
navegar em mar de paixão
soltar amarras e ao mar se fazer
para tranquilizar a razão.

Mas a metáfora desespera
quando a realidade assim não concorda.
A espera tornou-se longa e já não espera
E as amarras ficaram presas por uma corda.

Mas escrevo-te um poema
e espero que não te apaixones.
É mais real receber de ti um telefonema
do que estabelecermos pontes.

Mas leva-o para dentro de ti.
Fá-lo brotar algo, ser,
leva o que achares melhor de mim
e se voltares, fica se te apetecer.

Atravesso vales e montes
escrevo poemas e anseios
bebo da cultura e outras fontes
mesmo vazio ficam os corações cheios.

Vem se for de teu feitio.
Vem se tem de ser.
Vem se tiveres frio.
Vem mesmo se não tiver de ser.

Vem se fizer calor.
Vem se precisares.
Vem se precisares de amor
ou vem para mudared de ares.

Ou não venhas em absoluto.
Ou não venhas por bem.
que não venhas para o luto
de quem se veste de luto também.

Fica. Fica nessa vida,
nessa alegria só tua.
Vai. Vai inteira e destemida
e talvez passemos na mesma rua.

Eu ansioso e tu lua,
tu caprichosa e eu paciente.
Eu conivente e tu nua.
Nós sem nada com tudo pela frente.

Contudo, a quadra
não apaga, o poema dissolvente,
e a vontade crua
de te ter de repente ou nunca.
Não há quadra que aguente
esta minha verve efervescente
por ti, ou quem possas ser.
Desde que sejamos momento
ou para Sempre...
Se isso acontecer.

Sem comentários:

Enviar um comentário