uma mulher.
do tamanho de todas
as terras.
nela cabem todas
as minhas perdas.
cabem as noites
e as cidades.
cabem os meus
anseios e de todos
os perdidos.
ela tem tamanho
e honrada, mantém-se
iluminando uma face
da sua lua
num brilho
que não desvanece.
não bebe
mas oferece a tusa
e a embriaguês
que se busca ao balcão.
no beijo
doutro freguês.
uma confusão.
uma tesão de sentimentos
e nela cabem todos
como o seu perdão.
sem culpa
e sem julgamento.
a mulher mais culta
nesse aspecto.
é preciso mais?
pois eu cabia nela
pois fui todas as suas
qualidades
e as suas esperanças
nela fui
os olhos do sempre
e o suspiro
de cada momento.
fomos dois.
nunca um.
nunca hipócritas
nem sonhadores
desmazelados.
mas não fomos
mais porque a dor
ali não deve caber
nem de mim
em lhe soçobrar.
nela cabe um mundo
inteiro de outros
que somados
fazem o bem
que eu lhe queria.
mas que não chegava
nem cabia.
sábado, 23 de março de 2019
Uma Mulher
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