Perco-me da inebriada tentação
de cometer a loucura
de voltar ao que aparentemente
me adoça a boca.
Foram os amargos nesta boca
de bela ocasião
a que a vontade de ser feliz convoca.
Escrevo para o meu melhor amigo.
O poema.
Aquele que nem belo
à aparência
deixa de tocar
beleza às entranhas.
Doçura e beleza estranha
que me faz
pessoa às outras,
também ela estranha.
Não me importo.
Não tenho medo.
Vejo beleza cega.
Deixei o que era pueril,
ainda que feche os olhos
e eles sonhem banalidades.
Vim-me vezes suficiente
de linhas belas
e de sexualidade oca.
Quero orgasmos de espiritualidade
enquanto o meu corpo
a banalidade derrota.
Quero a boca molhada
de cantar as palavras certas
para quem as ouve concretas.
Molhada de palavras
e de quem se excita
com a cumplicidade secreta.
VAz Dias
#palavradejorge
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