sábado, 16 de setembro de 2017

Perder-me em tantas de ti

Chegar pelas sombras
No calor quente
Que se esvai
E que guardas no leito.
É carne que delapida
O meu bom-senso.
É lento o meu raciocínio
E animal
O instinto.
Dormias ali tão sedutoramente
Indefesa.
Presa às minhas mais
Básicas necessidades.
És todas elas
E o expoente da repetição.
Cravar-te o maxilar
Com caninos e molares
E tudo o que é necessário
Sugar.
O teu peito,
O pescoço,
O cachaço que ignora
A terra que são as tuas costas
Atracar.
Sou vontade ébria
De te engolir.
Líquida e formosamente
Corpo.
Fico louco sem te ver.
Podes ser todas as outras
E a cegueira render.
Quero é corpo nesse momento
Para me perder.
Perdi-me em tantas de ti.
Tantas.
Tanto que pode um homem apenas
Perder.
Tudo
E de livre vontade.

VAz Dias

#palavradejorge

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