Onde te deixei
Perder de vista
Quando apenas um mar
Nos separava?
Um olhar que ficou
Longe
E um abraço
Que teve de ser resgatado
Ao passado recente.
Repete-se a história
E caem lágrimas
Iguais às
Dos nossos
Pais
Dos nossos avós
E da terrível empatia
Que sentimos pelo
Mal feito entre nós.
Ficou um olhar perdido
De um abraço
Que tinha mar
E a nossa terra por debaixo
Dela.
Somos dessa mesma
Terra
E dos homens que se
Assustaram com a profundidade.
Choramos
Mares.
Choramos passados
Mas prendemos
A respiração
- como num abraço -
Para nos vermos
Livres no futuro.
Para nos vermos.
Para não termos
Perdido lágrimas
Por desuso.
Perdemos as diferenças
Num olhar
E o tempo passou
E a história
Que os usou.
E a descrença.
E o desespero.
E parece que nada mudou.
Só a empatia
De quem não esqueceu.
Um abraço
De cá para lá
Com a profundidade
Do mar à nossa terra.
À que nos faz os mesmos
Mas diferentes.
Resistentes.
Sempre!
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