terça-feira, 30 de outubro de 2018

As crianças com mãos de revólver

Não me abstenho
Da diferença.
Abstenho-me do ridículo
Dos factos
Acertados para encaixarem
No argumento
Do prolífero
Entretenimento
Daqueles que não querem
A nossa fala.
Dirão que é a razão
E não a falha.
Tentarão falar por
Nós.
A gralha!
Mais palha
E uma acendalha.
Inferno
De argumentos
E horrores nos aposentos
Dessa gentalha.
Não os calaremos
Porque o seu ruído
Os ensurdecerá.
É ralé de pouco
Se ralar com o bem
E o mal dos outros.
Aceitam o horror
Por ser dito de verdade.
Saber com o que contar
E contar as mortes.
As crianças com mãos
De revólver
E a saúde de ter
Segurança em casa.
Morreram em casa.
Mas nada se põe em causa.
Gente louca
Mas não falsa.
São o horror
E nem se disfarça.
Bem-vindos ao dia
Antes do dia dos mortos.
Preparem-se para morrer
Com barulho
E a boca amarrada.
Gritos engolidos
Para a canalha desta terra.
Canalhas!

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